sexta-feira, 30 de julho de 2010

Nosso Livro


Lançamento do livro "Aprendendo Significativamente: uma construção colaborativa em ambientes de ensino presencial e virtual".
autor: Elcie F. Salzano; Peña, Maria de los Dolores J. (org)
Textos dos alunos do programa de mestrado Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Uma experiência compartilhada por professoras e seus alunos de Mestrado registra condições que propiciaram aos participantes trocas, complementaridades e construções. A diretriz das aulas presenciais ou virtuais foi de vivenciar situações nas quais os alunos redigiam e argumentavam a favor de seus posicionamentos ante questões problemáticas, reiterando ou divergindo dos autores indicados. Esta obra emergiu de reflexões sobre aprendizagem humana a partir de diferentes enfoques teóricos e sobre o que favoreceu ou dificultou, no próprio aprender de cada um, o uso da capacidade de compreender e elaborar. Compõe-se de textos coletivos sobre esse processo e registros individuais sobre a própria experiência de aprendizagem. Ilustra que diversidades tomadas como obstáculos às relações dialógicas caminharam pelas vias da concordância e forneceram oportunidades de enriquecimento.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Aprendizagem Significativa no Ateliê de Artes para Pessoas com Deficiência Visual

Painel apresentado no VI Encontro Internacional de Aprendizagem Significativa e 3º Encontro Nacional de Aprendizagem Signiificativa. - São Paulo - Brasil. 26-30 de julho de 2010

quarta-feira, 28 de julho de 2010

VI Encontro Internacional de Aprendizagem Significativa e 3º Encontro Nacional de Aprendizagem Significativa

VI Encontro Internacional de Aprendizagem Significativa e 3º Encontro Nacional de Aprendizagem Significativa
26 a 30 de julho
São Paulo, SP, Brasil

www.ioc.fiocruz.br/eiasenas2010
apsignificativa@ioc.fiocruz.br

ORGANIZAÇÃO

Marco Antonio Moreira
Evelyse dos Santos Lemos
Tânia Maria Mendonça Campos

SESSÃO DE PAINÉIS I
APRESENTAÇÃO – 27 de julho – 14 às 15h:30min
PAINEL007 – A Aprendizagem Significativa no Ateliê de Artes para Pessoas com Deficiência Visual
Ana Carmem Franco Nogueira - UMACKENZIE

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Outra Identidade



Outra Identidade de Ana Teixeira. Ação feita em 22 de maio no novo hangar da Galeria Baró, na rua Barra Funda 216.

Ateliê de Arteterapia


Nas sessões de ateliê de arteterapia trabalhei com jovens na faixa dos 12 aos 13 anos, cursando as séries iniciais do ensino fundamental. A queixa básica das famílias era sobre as dificuldades de aprendizagem de seus filhos.

Essas famílias carregam um grande sentimento de angústia, perplexidade e impotência. Para nossos clientes, existia uma percepção de fracasso pessoal.
Tínhamos como meta em nosso trabalho arteterapeutico fornecer a esses indivíduos novas formas de encarar o mundo e oferecer meios para seu desenvolvimento consciente e autônomo.
Os teóricos de arte-terapia são unânimes em afirmar que vivenciar o fazer artístico faz com que o sujeito re-signifique suas experiências, abrindo caminho para o conhecimento.
O ateliê tinha como objetivo oferecer oportunidades para que esses jovens aprendessem para vida, abrindo portas para novas descobertas, através da arte.
O jovem ao descobrir seus potenciais, iniciava a construção de um mundo novo através da liberação de sua imaginação criativa, um mundo de palavras pensamento e ações.
Alessandrini (2002, p.27) fala que os recursos artísticos tem se mostrado bastantes eficientes no resgate terapêutico psiscopedagógico. Uma das função do arteterapeuta é a de facilitar ao indivíduo a organização de seus conhecimento e habilidades na resolução de problemas. O fazer artístico pode desencadear em nossos pacientes, a vontade de saber mais, de fazer e de ser.
As primeiras sessões foram dedicadas ao conhecimento e familiarização dos membros do grupo. Foram executados alguns trabalhos coletivos e a elaboração conjunta de pequenas histórias. Nas sessões seguintes fomos desenvolvendo trabalhos plásticos a partir de um tema levantado pelo mediador em função de algum interesse comum. Foram usados como recursos, várias fontes com ilustrações de obras de artes, livros e revistas, contos de fadas, poesias, materiais de desenho, pintura e algumas tecnologias contemporâneas como digitalização de fotos, filmagens e gravações.
Iniciamos trabalhando a auto-imagem, depois o corpo, o espaço, mundo e mundo interior. Todas as produções foram fotografadas e arquivadas.
As sessões foram estruturadas em dois momentos. O primeiro ocorria um trabalho corporal, com auto-massagem, relaxamento, respiração e meditação. Todos essas dinâmicas tinham como objetivo fazer com que cada um descobrisse o espaço e se descobrisse nele. Em um segundo momento era dado uma consigna e cada um executava a tarefa. O fechamento do atendimento ocorria com a apresentação e discussão dos trabalhos individuais.
Essa prática deu a oportunidade de abertura à diferentes experiências, oferecendo distintas maneira de elaborar as informações que são captadas em seu dia-a-dia.
Nossos clientes tinham em comum, além das dificuldades escolares, uma grande dificuldade de expressão verbal, tanto escrita como oral. Em vista disso, o processo de conhecimento que vivenciamos através das experiências artística permitiu a esses jovens, simbolizar suas percepções do mundo. Isso fez com que iniciassem a concretização de sua imagem interna de um modo mais significativo, canalizando os recursos internos para um processo transformador.
Foi uma experiência muito proveitosa, onde além de notar o crescimento dos clientes, sentimos um crescimento pessoal profissional muito grande. Estar atento às pequenas dificuldades do outro, pensar estratégias para alcançá-los, buscar material para facilitar o desenvolvimento da imaginação e liberar a criatividade, foi um enriquecimento pessoal sem precedente.
Trabalhar com esses jovens que vinham com uma carga tão pesada, de olhares reprovadores, de descrédito e desesperança, foi um exercício de humanidade e cidadania. Aprender a olhar o outro e valorizá-lo por suas potencialidades é uma maneira de estarmos mais conectados com a nossa humanidade e com o universo.
O físico quântico Amit Goswami disse em sua entrevista no Roda Viva que:
"A humanidade tem de acordar, escutar, ouvir, ver esse universo autoconsciente. Existem duas fortes tendências: uma nos leva a estados de ser cada vez mais condicionados, a outra nos leva para um lado mais criativo. Nesta idade tão materialista, o condicionamento que nós recebemos é muito intenso. Quanto mais condicionados ficamos, mais distantes estaremos da realidade quântica. Daí a criatividade e o amor serem muito importantes, pois são forças unificadoras que nos levam de volta à unidade."
Segundo Amit Goswami, a criatividade pode “nos ajudar a ver um sentido novo naquilo que todos vêem como algo comum”. Precisamos encontrar um “novo contexto para nossa criatividade e potencializá-lo”, precisamos estar atentos à “proposta universal para colaborar mais com ela”.

Ana Carmen Franco Nogueira

Bibliografia
ALESSANDRINI, Cristina Dias. Oficina criativa e psicopedagogia. São Paulo, Casa do Psicólogo, 1996.
ANTUNES, Celso. Como desenvolver conteúdos explorando as inteligências múltiplas. RJ: Vozes, 2002.
_____ As inteligências múltiplas e seus estímulos. Edição 8ª. Campinas: Papirus, 2002

CIORNAI, Selma (org). Percursos em arteterapia: arteterapia gestáltica, arte me psicoterapia, supervisão em arteterapia. São Paulo. Summus, 2004.
URRUTIGARAY, Maria Cristina. Arteterapia: a transformação pessoal pelas imagens. 3ª edição. Rio de Janeior. Wak, 2006.
A ponte entre a ciência e a religião. Transcrição completa da entrevista concedida pelo físico Amit Goswami ao programa "Roda Viva" da TV Cultura. Disponível em : http://www.saindodamatrix.com.br/archives/goswami.htm acesso em 13 de novembro de 06.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Nise de silveira



Breve Histórico do uso da Arte em Psicoterapia
Nise da Silveira.
Psiquiatra, desenvolveu um trabalho de terapia expressiva, pesquisando formas de compreensão do universo mental dos pacientes internados. Encontrou respostas para suas indagações na teoria junguiana, como via de entendimento e técnica de atuação. Instituiu oficinas de trabalho na Seção de Terapia Ocupacional criada por ela em 1946, no Centro Psiquiátrico D. Pedro lI, em Engenho de Dentro, Rio de Janeiro. Em 1952 criou o Museu de Imagens do Inconsciente, único acervo existente atualmente no Brasil e um dos mais importantes do mundo, onde são conservados e organizados trabalhos de expressão dos internados na instituição acima referida.


A autora propunha a seus pacientes a execução de trabalhos de desenho, de pintura, em argila; sugeria-lhes que tocassem música, dançassem e fizessem representações dramáticas, possibilitando-lhes usar uma linguagem arcaica de imagens simbólicas e dar forma plástico-expressiva aos intensos desejos e emoções que brotavam de seus psiquismos. Os internos manifestavam pulsões primitivas de forma bruta, mescladas a uma necessidade de controlar, de domesticar os instintos e uso do desejo em uma luta entre forças primárias e necessidades repressoras, as quais poderiam levar até a tentativa de supressão da vida instintiva. Mostra os problemas da contraposição do psiquismo destes indivíduos com a moral social introjetada, fazendo um paralelo com as obras desses pacientes-artistas, a teoria junguiana e a mitologia.

Nise da Silveira escreveu um livro chamado Imagens do inconsciente (1981), descrevendo o seu trabalho em Engenho de Dentro. Foi também realizado um filme-documentário sobre a sua obra, retratando de forma clara o método de atendimento e a teoria empregados, a pesquisa, o respeito e o cuidado em relação ao ser humano no seu trabalho, inserindo o "doente" e a "doença" em um contexto cultural, social e econômico. O filme tem o mesmo nome de Imagens do inconsciente.

O trabalho de Nise da Silveira denuncia o tratamento injusto e discriminado que é exercido sobre determinadas pessoas. as quais são impedidas de ter uma vida comum, por razões de ordem social e econômica, agregadas a características de personalidade. Adoecem, isto é, tornam-se pessoas que desenvolvem outras formas de compreensão e expressão de seus significados interiores enquanto seres individuais e sociais. Inserem-se no processo do cotidiano da vida de maneira considerada inadequada ou incompreensível para a maioria dos outros seres humanos. Muitas vezes a convivência mútua insuportável leva à internação psiquiátrica e conseqüente estigmatização, resultando tudo isso em intensa marginalização, desprezo e abandono.

Em oposição a todo esse sofrimento, a autora aponta como a vida pode ser um meio de cura, de desenvolvimento e crescimento da personalidade como um todo, quando o individuo encontra um lugar na sociedade e lhe é possibilitada a liberdade e meios de expressão enquanto ser humano.

O atelier de pintura do centro Psiquiátrico D. Pedro II foi se transformando em um lugar onde pintura. desenho e escultura puderam adquirir interesse artístico e científico, Os pacientes aí obtiveram consentimento social para expressar e comunicar ao mundo externo sua maneira de colocar-se frente à realidade. Externo duas vezes. Externo em contrapartida ao seu próprio aprisionamento interno (psicológico), a impossibilidade, na maioria das vezes de poder ter um discurso lógico articulado, racional e compreensivo. E externo aos muros da instituição psiquiátrica, que provavelmente representa e atua o medo dos "não-loucos". Os temores advindos da incompreensão do significado da comunicação desses seres cria um muro intransponível: o muro do manicômio. Os "não-loucos" marginalizam os "loucos".

Existem, evidentemente. diferenças marcantes entre o psicótico e o não-psicótico. Porém, a incompreensão em relação ao primeiro não justifica, segundo a autora, impedir sua liberdade de exercer direitos mínimos de vida e, como todos os outros homens, poder tentar desenvolver suas capacidades pessoais.

Para Nise. o exercício de múltiplas atividades ocupacionais revela, por inúmeros indícios, que o mundo interno do psicótico encerra insuspeitadas riquezas e as conserva mesmo depois de longos anos de doença, contrariando conceitos estabelecidos". (1981. p, 11)

Embora o valor estético não seja importante na aplicação de materiais expressivos no tratamento e compreensão do doente mental, muitas vezes as imagens produzidas são harmoniosas, dramáticas ou mesmo belas, constituindo verdadeiras obras de arte. Entretanto, o objetivo principal de Nise é ressaltar a grande importância do recurso de fazer arte no processo de integração da personalidade.

A experiência de Engenho de Dentro evidencia a possibilidade de uma terapêutica ocupacional, bem-orientada, entendida nos moldes de terapia expressiva, ser um fator de grande ajuda no desenvolvimento dos processos de consciência dos pacientes. Nise produziu um importante campo de pesquisa e tratamento psicológico de psicóticos.

Como Jung, ela passou a usar tanto o diálogo, a dramatização, a escrita, a dança, a pintura, a modelagem, partindo de uma imagem espontânea, fruto de fantasias ou sonhos. Utilizando-se do recurso de imagem e ação começa a visualizar o desdobramento de um processo inconsciente, o processo de individuação, eixo da psicologia analítica.

Apoiada na psicologia junguiana, na criatividade como função psíquica natural e estimulante, no inconsciente individual e coletivo, nos arquétipos e outros conceitos, Nise relê os mitos da cultura humana na luta por estabelecer-se no planeta, exemplificados na saga de vida de cada paciente.

CARVALHO, M. Margarida M. J. e ANDRADE, Liomar Quinto. Breve Histórico do uso da Arte em Psicoterapia. In: CARVALHO, M. Margarida M. M. (org). A Arte Cura? Campinas:PsyII, 1995.

domingo, 11 de julho de 2010

Cine-Debate: Vermelho como o céu

No dia 24 de junho às 19h00às 22h30 aconteceu o cine-debate no Instituto Sedes Sapientiae em São Paulo.
Filme apresentado foi Vermelho como céu de Cristiano Bortone (2006)

O filme narra a saga de um garoto cego durante os anos 1970, que luta contra tudo e todos para alcançar seus sonhos e sua liberdade. Mirco é um jovem toscano de dez anos apaixonado pelo cinema, que perde a visão após um acidente. Uma vez que a escola pública não o aceitou como uma criança normal, é enviado para um instituto de deficientes em Gênova. Baseado na história real de Mirco Mencacci, um renomado editor de som da indústria cinematográfica italiana.


Mediação:  Vera Mª Rossetti Ferretti
Debate
Ana Carmen Franco Nogueira
Graduação em Artes Plásticas (FAAP). Pós-graduação Lato Sensu em Educação Especial com aprofundamento na área de deficiência visual. UNICID. Pós-graduação Lato Sensu em Arteterapia, UNIFIEO. Mestranda em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie.
Claudia Mogadouro
Historiadora, Especialista em Gestão de Comunicação e Cultura pela ECA-USP, Mestre em Ciências da Comunicação pela ECA-USP. Atualmente desenvolve doutorado na ECA-USP, na linha de pesquisa em Educomunicação com Cinema e Educação.
Paulo Pitombo
Mestre em Artes pelo Instituto de Artes da UNICAMP, especialista em Arte-Educação ECA-USP.